1.2.07

Cheiro de chuva

Ela não lembra que chovia muito,
que teve dificuldade em abrir a porta, que tinha urgência.
Ficou tudo no chão, jogado, perdido.

Não tinha palavra que confessar.
Era uma sequência lenta e apreciada,
uma violência estreita, entregue, surda.

A noite nunca comporta água e poesia.
A memória deveria ser sensível à queda.

Mas ela permitiu o golpe.
E ele ia, ia, ia, ia, ia...

Ela viveu uma coisa bonita.
Ele ficou.

Sonho com a primeira chuva do verão.
E só espero poder esquecer tudo depois.


Nina.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

e a chuva pode ser tão poética. e ao mesmo tempo avassaladora, quando vai vai, foi! beso guapa!

2:26 PM  
Anonymous Anônimo said...

mas a chuva chovia para os dois?

1:00 AM  

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