23.11.06

Arenillo



Ele me disse isso há algum tempo.
Então, era aquele quarto pequeno, noite despreocupada e inverno sem roupas.
Ele tinha o braço na tipóia por catar cogumelos no campo, me contou.
Ele era mágico e eu delícia.
Enquanto colocava música no computador capenga, música de casa pra dançar junto, ele tentava enrolar um “chocolate” com uma mão só. Era uma cena ótima, mas quase não prestei muita atenção.
Eu quase não estava lá. Já era encantada. Sem perceber. Sem me importar.
Ele abaixava a cabeça e ficava rindo com os olhos, imerso na malícia de me ver ali dançando e desejando par, com pressa de acender logo o cigarro e fazer presença.
De olhos fechados, sinto cheiro da flor de laranjeira, e o corpo dele tentando acompanhar minha cadência cuidada e leve.
Foram três, quatro tragos no máximo percorrendo esse caminho desequilibrado até nosso encontro hipnótico à primeira vista.
Sem compaixão, sina ou pudor.
Pura fé, sorriso, carícia.
Foi o que todo mundo deve viver algum dia se tiver coragem de perder a maravilha.
I don’t wanna ever miss you.
Se me lembro disso, sou bonita pra sempre.



By Nina.



1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

fiquei arrepiada de tão maravilhoso. é um poema.

8:15 PM  

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